terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Para todos os meus amigos e familiares, onde quer que se encontrem!


Um grande abraço a todos!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Portugal Está a Atravessar a Pior Crise

É impressionante como um pensamento e um texto de 1891 podem estar tão actuais...

Portugal Está a Atravessar a Pior Crise

Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura. 



Eça de Queirós, in 'Correspondência (1891)


Consultado online em 4/12/2014, em http://www.citador.pt/

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

PARABÉNS ALENTEJO! PARABÉNS CANTADORES ALENTEJANOS!

Cante é Património Cultural Imaterial da Humanidade

27-11-2014 12:49:50
A A A


Agora sim, já está!



Paris, 27 de novembro
Crónica de Paulo Barriga

Eram precisamente 11 horas e 17 minutos em Paris (menos uma em Portugal) quando o presidente da nona sessão do comité intergovernamental de salvaguarda do património cultural imaterial da Unesco bateu com o martelo na mesa. O cante alentejano já está inscrito na lista patrimonial da Humanidade.

A grande verdade é que, excetuando a referência horária, o parágrafo atrás já estava escrito antes do anúncio. Por precaução. Já imaginava que me faltariam as palavras para descrever o que hoje se passou na sala grande da Unesco, em Paris. E elas ainda me faltam, tal a emoção, a desordem, a comoção que ainda agora me assalta. Para tanto, bastou apenas uma palavrinha, “adotado”. Foi adotado o projeto de decisão 9.COM 10.35. Aquele que mostrou ao mundo a grandeza, a beleza, a perenidade do cante alentejano. Aquele jeito de cantar que o mundo inteiro aplaudiu de pé na sala das nações da Unesco.

E depois, as palavras. Primeiro as do presidente da sessão, “uma candidatura exemplar”.Depois da embaixatriz do Brasil em Paris, que se associou com “alegria e emoção” ao reconhecimento dos cantares alentejanos. E, por fim, as do embaixador Morais Cabral que, em nome da comitiva portuguesa, agradeceu a inscrição do cante da lista do património cultural imaterial da Humanidade, ressalvando a importância deste ato para a salvaguarda da mais emblemática e representativa expressão cultural do Alentejo.


Mas o melhor ainda estava para vir. De repente, sobre o palco da Unesco, uma voz começa a levantar-se sozinha, a de Carlos Arruda, logo acudida pelas restantes 20 vozes do Grupo Coral e Etnográfico de Serpa. E como é que hei de contar a beleza deste momento histórico sem me comover novamente? À minha frente, dentro de uma grande nave-anfiteatro, está o mundo inteiro, pasmado, a escutar os 21 homens que vieram de Serpa cantar a moda “Alentejo, Alentejo”. A canção é poderosa, já o sabemos, mas nesta circunstância particular parece que é arrancada bem lá das entranhas da terra. Como se fosse um abalo, um terramoto de harmonia. De perfeição. Poderoso. Obra do divino.

Escrevo estas palavras, à pressa, o tempo joga contra nós, junto aos camaradas da Antena 1 e da TSF. Estou com eles metido dentro de um aquário de vidro com vista para a sala. Tenho-os escutado, aos radialistas, ao longo destes dias, a tentar descrever a grandeza do espaço onde decorre até sexta-feira esta sessão. Grandioso. Imponente. Majestoso. Adjetivos, todos eles, que se tornam insuficientemente pequenos para narrar com o rigor que o momento exige, a atuação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, em homenagem ao mundo inteiro. Principalmente agora que as suas modas, que todas as modas, que todos os cantadores do Alentejo, dentro e fora dele, são património da Humanidade.

Não tarda estamos todos de regresso ao Alentejo, à pátria do cante, onde imagino que a emoção tenha sido tão igualmente vigorosa, quanto aquela que aqui nos estremeceu. Nunca, em toda a minha vida, tinha visto tanto “homem feito” com as lágrimas a correrem-lhes pelas faces, atacados pela felicidade, como hoje vi em Paris. E como, por certo, terá acontecido com todos os amigos do cante. Por esses campos fora. Por esse mundo fora.
 
in Diário do Alentejo, edição on line, quinta-feira, 27 de Novembro de 2014.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A chamada «queda do muro de Berlim»

"A pretexto da passagem de 25 anos sobre a chamada «queda do muro de Berlim» está a ser levada a cabo uma campanha anticomunista de intoxicação da opinião pública".
 
Pode ler o artigo completo na Edição Nº 2136 do Jornal «Avante!», em http://www.avante.pt
 
 
 
Vale a pena ler com atenção esta "pérola" da literatura comunista, sobre a qual, Francisco Assis, Eurodeputado pelo PS, escreveu um artigo de opinião no Jornal "O Público" de 13/11/2014, do qual extraímos o parágrafo seguinte.
 
"André Fontaine não imaginaria em 1990 que no extremo ocidental da Europa, vinte e quatro anos depois, seria possível a emissão de uma nota oficial desta natureza. Nem ele, nem praticamente ninguém".
 
Francisco Assis - Eurodeputado do PS, in Jornal O Público de 13/11/2014.
 
Lei-a o artigo de opinião completo em http://www.publico.pt/n1676064

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

UM RETRATO MAGISTRAL - Guerra Junqueiro

Guerra Junqueiro
UM RETRATO MAGISTRAL FEITO HÁ 118 ANOS, MAS COM UMA ATUALIDADE ATERRADORA
 
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador;
e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
 
Guerra Junqueiro, 1896.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

16 / OUTUBRO
"O Dia Mundial da Alimentação, celebrado a 16 de outubro, em mais de 150 países, tem este ano como tema “Agricultura Familiar: Alimentar o mundo, cuidar do Planeta”, com o objetivo de chamar a atenção para a agricultura familiar, como por exemplo, as hortas comunitárias, e para os pequenos agricultores".
In (http://intranet/Paginas/Default.aspx), ULSBA,16 de Outubro de 2014. 

É natural que, um serviço de saúde como é a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), comemore o DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO e dê corpo a algumas iniciativas para assinalar a data.
 
No entanto, extrapolando estas comemorações para o nível Nacional, já não me parece tão normal que a agricultura familiar e a que é praticada por pequenos agricultores, venha agora a ser alvo de incentivos, quando foi literalmente morta pelos mesmos decisores que agora a querem relançar.
 
Os produtos alimentares produzidos numa agricultura familiar, numa horta comunitária e, na maioria dos casos, por pequenos agricultores, não são suficientes para o consumo dos seus produtores, quanto mais para "alimentar o mundo, e cuidar do Planeta".
 
Os que optam por produzir este tipo de alimentos (alface, couve, tomate, batata, etc.), precisam também de outros que não conseguem produzir, como são por exemplo, as massas, o peixe, algumas carnes, medicamentos, etc., etc.
 
Então, a solução que alguns ainda experimentaram, foi a de produzir um pouco mais do que lhes era necessário para o seu próprio consumo e vender o excedente, gerando assim alguma receita para poderem obter os produtos que não conseguissem produzir.
 
Foi aí que "estragaram tudo" e é aí que reside a hipocrisia de muitos responsáveis governamentais.
 
Para que podessem gerar essa pequena receita, teriam que se coletar nas Finanças - essa sanguessuga -, pagar a um contabilista que lhe organizasse a "escrita", passar faturas e recibos aos seus eventuais clientes, enfim, comportarem-se como bons contribuintes.
 
Ora isso fez com que, muitos deles, resolvessem abandonar de vez a pequena agricultura e a agricultura familiar.
 
Quanto às hortas comunitárias, que funcionam mais em cidades maiores, lá se vão mantendo, umas por necessidade de diminuir as despesas mensais, outras porque passou a ser "chique" ir para a horta....
 
Não me parece que a Economia do país sofresse assim tanto, se os que sobrevivessem da agricultura familiar, não pagassem impostos sobre "meia dúzia" de alfaces ou de tomates que eventualmente vendessem aos vizinhos.
 
Parece-me que assim, não daremos um grande contributo para Alimentar o mundo e cuidar do Planeta.
 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Ruy de Carvalho abriu os olhos

Ruy de Carvalho
Ruy de Carvalho é, nos dias que correm, um homem que, finalmente, aprendeu com quem estava a lidar. Bateu-lhe à porta. E à porta de outros irá ainda bater. Para que também aprendam.

Num texto publicado ontem no Facebook, o veterano ator revela-se indignado com o ministério das Finanças, que acusa de "institucionalizar o roubo", perante "o silêncio do Primeiro-Ministro e os olhos baixos do Presidente da República".

Ruy de Carvalho esclarece que decidiu manifestar a sua indignação depois de ter recebido uma carta das Finanças que indica que já não é "artista" e passou a ser apenas "prestador de serviços", deixando de ter direitos conexos e de propriedade intelectual.

Eis a carta:



Senhores Ministros:

Tenho 86 anos, e modéstia à parte, sempre honrei o meu país pela forma como o representei em todos os palcos, portugueses e estrangeiros, sem pedir nada em troca senão respeito, consideração, abertura - sobretudo aos novos talentos - e seriedade na forma como o Estado encara o meu papel como cidadão e como artista.

Vivi a guerra de 38/45 com o mesmo cinto com que todos os portugueses apertaram as ilhargas. Sofri a mordaça de um regime que durante 48 anos reprimiu tudo o que era cultura e liberdade de um povo para o qual sempre tive o maior orgulho em trabalhar. Sofri como todos, os condicionamentos da descolonização. Vivi o 25 de Abril com uma esperança renovada, e alegrei-me pela conquista do voto, como se isso fosse um epítome libertador.

Subi aos palcos centenas, senão milhares de vezes, da forma que melhor sei, porque para tal muito trabalhei.

Continuei a votar, a despeito das mentiras que os políticos utilizaram para me afastar do Teatro Nacional. Contudo, voltei a esse teatro pelo respeito que o meu público me merece, muito embora já coxo pelo desencanto das políticas culturais de todos os partidos, sem excepção, porque todos vós sois cúmplices da acrescida miséria com que se tem pintado o panorama cultural português.

Hoje, para o Fisco, deixei de ser Actor... e comigo, todos os meus colegas Actores e restantes Artistas deste país - colegas que muito prezo e gostava de poder defender.

Tudo isto ao fim de setenta anos de carreira! É fascinante.
Francamente, não sei para que servem as comendas, as medalhas e as Ordens, que de vez em quando me penduram ao peito?

Tenho 86 anos, volto a dizer, para que ninguém esqueça o meu direito a não ser incomodado pela raiva miudinha de um Ministério das Finanças, que insiste em afirmar, perante o silêncio do Primeiro-Ministro e os olhos baixos do Presidente da República, de que eu não sou actor, que não tenho direito aos benefícios fiscais, que estão consagrados na lei, e que o meu trabalho não pode ser considerado como propriedade intelectual.

Tenho pena de ter chegado a esta idade para assistir angustiado à rapina com que o fisco está a executar o músculo da cultura portuguesa. Estamos a reduzir tudo a zero... a zeros, dando cobertura a uma gigantesca transferência dos rendimentos de quem nada tem para os que têm cada vez mais.

É lamentável e vergonhoso que não haja um único político com honestidade suficiente para se demarcar desta estúpida cumplicidade entre a incompetência e a maldade de quem foi eleito com toda a boa vontade, para conscientemente delapidar a esperança e o arbítrio de quem, afinal de contas, já nem nas anedotas é o verdadeiro dono de
Portugal: nós todos!

É infame que o Direito e a Jurisprudência Comunitárias sirvam só para sustentar pontualmente as mentiras e os joguinhos de poder dos responsáveis governamentais, cujo curriculum, até hoje, tem manifestamente dado pouca relevância ao contexto da evolução sociocultural do nosso povo. A cegueira dos senhores do poder afasta-me do voto, da confiança política, e mais grave ainda, da vontade de conviver com quem não me respeita e tem de mim a imagem de mais um velho, de alguém que se pode abusiva e irresponsavelmente tirar direitos e aumentar deveres.

É lamentável que a senhora Ministra das Finanças, não saiba o que são Direitos Conexos, e não queiram entender que um actor é sempre autor das suas interpretações - com direitos conexos, e que um intérprete e/ou executante não rege a vida dos outros por normas de "excel" ou por ordens "superiores", nem se esconde atrás de discursos catitas ou tiradas eleitoralistas para justificar o injustificável, institucionalizando o roubo, a falta de respeito como prática dos governos, de todos os governos, que, ao invés de procurarem a cumplicidade dos cidadãos, se servem da frieza tributária para fragilizar as esperanças e a honestidade de quem trabalha, de quem verdadeiramente trabalha.

Acima de tudo, Senhores Ministros, o que mais me agride nem é o facto dos senhores prometerem resolver a coisa, e nada fazer, porque isso já é característica dos governos: o anunciar medidas e depois voltar atrás. Também não é o facto de pôr em dúvida a minha honestidade intelectual, embora isso me magoe de sobremaneira. É sobretudo o nojo pela forma como os seus serviços se dirigem aos contribuintes, tratando-nos como criminosos, ou potenciais delinquentes, sem olharem para trás, com uma arrogância autista que os leva a não verem que há um tempo para tudo, particularmente para serem educados com quem gera riqueza neste país, e naquilo que mais me toca em especial, que já é tempo de serem respeitadores da importância dos artistas, e que devem sê-lo sem medos e invejas desta nossa capacidade de combinar verdade cénica com artifício, que é no fundo esse nosso dom de criar, de ser co-autores, na forma, dos textos que representamos.

Permitam-me do alto dos meus 86 anos deixar-lhes um conselho:
aproveitem e aprendam rapidamente, porque não tem muito tempo já.
Aprendam que quando um povo se sacrifica pelo seu país, essa gente, é digna do maior respeito... porque quem não consegue respeitar, jamais será merecedor de respeito!

RUY DE CARVALHO

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

VIVER EM SOCIEDADE

Sei que a frase seguinte é um "lugar comum", uma frase feita que todos conhecem, mas que no fundo, poucos praticam: " A liberdade de uns termina, quando colide com a liberdade de outros".
No entanto resolvi reproduzi-la uma vez que, ao que parece na nossa Sociedade, ainda há quem pense que pode ter toda a liberdade, mesmo que ela possa prejudicar os outros. E, não sei porquê, Moura é uma cidade onde esse tipo de atitude parece já vulgarizada.
 
As situações são tantas (estacionamento em cima dos passeios, acessos a propriedades privadas  impedidos por automóveis, ruas trancadas com carros, etc., etc.) que seria impossível referi-las todas num pequeno texto.
 
Tentarei referir apenas uma que me parece menos visível e que, julgo eu, mais dia menos dia, terá que vir a ser reprimida por quem de direito.
 
É o caso de algumas pessoas que julgo pertencerem a alguma organização de proteção de animais, ou então, mesmo que não o sejam, se comportam "mais ou menos" como tal.
 

É quase comevedor ver essas pessoas a alimentar gatos, cães, pombos, nos espaços públicos - quase sempre bem longe das suas moradas - a horas certas, de tal modo que os referidos animais, acorrem de todos os lados, num frenesim para apanhar o melhor bocado e maior quantidade de comida que conseguirem.
Óbviamente que não tenho nada contra os referidos animais. Eu próprio trato dos meus.
A grande diferença é que eu trato dos meus, num espaço próprio, também meu e não em áreas públicas.
Terminado o repasto, todos desaparecem até ao dia seguinte, à mesma hora. A pergunta que se impõe é: para onde é que todos esses animais vão, entre uma e outra refeição?
Todos já percebemos que são animais "meio avadiados", ou até mesmo, vadios.
Essa situação pode levantar questões relacionadas com a possibilidade de serem portadores/transmissores de algumas doenças que, eventualmente, se possam propagar até aos humanos.
Se nos lembrarmos que existem vários jardins públicos em Moura, frequentados por pessoas, em especial crianças, onde esses animais, dormem, se rebolam e fazem as suas necessidades, o caso leva-nos a ter alguns cuidados e receios.
No entanto, existem leis gerais e regulamentos municipais, que não são minimamente respeitados e parece não haver quem os aplique, fiscalize e faça respeitar.
 
E é aqui que entra a frase inicial deste pequeno texto.
 
Quem não gosta, ou não pode ter, ou é alérgico a determinados animais, não pode ser obrigado a conviver com eles em espaços que são mantidos com os seus próprios impostos.
Este tipo de pessoas, deve ter o direito de ver a sua liberdade respeitada.
Os outros, os "amigos dos animais", podem continuar a cuidar deles mas, em locais de sua pertença, onde lhes seja possível não só alimentá-los, mas também, mantê-los em condições de higiene e boa saúde.
 
 

Quanto àqueles que levam os seus animais a passear, seria de muito bom tom que apanhassem o que eles sujam e não os deixassem (basta um pequeno toque de trela) fazer onde eles bem lhes apetece, em especial nos carros dos vizinhos, à porta dos mesmos, na relva do jardim, etc.
 
Isto sim, seria VIVER EM SOCIEDADE.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Só em Portugal...


Já são dois - uma Ministra (da Justiça) e um Ministro (da Educação) - que apresentam desculpas publicamente ao país, aos deputados, aos pais, aos alunos, aos professores e nada acontece, a não ser os graves prejuízos para o país, para os pais, para os alunos, para os professores e, sem dúvida, para o erário público (se repararem bem, aqui os deputados ficaram de fora, porque a eles também nada acontece...).
Sempre me ensinaram - embora compreenda que é difícil cumprir - que as desculpas não se pedem, evitam-se. Mas uma coisa é um filho pedir desculpa aos pais porque chegou atrasado para o almoço, outra coisa é um Ministro - e ainda mais grave, dois Ministros - pedirem desculpas de erros graves e tudo ficar na mesma.
 
Em qualquer outra democracia, o mínimo que poderia acontecer era a demissão imediata desses responsáveis(?), ou por iniciativa própria ou por decisão do chefe do Governo.
 
Ah!, é verdade, estava quase a esquecer-me que estamos em Portugal!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

POMBOS NA CIDADE



Algumas aves, e não apenas os pombos, privadas dos seus meios de eleição, perante o declínio da agricultura, abandonado muito do espaço rural, eliminados alguns ecossistemas críticos, como aconteceu com a limpeza das margens dos rios Ardila e Guadiana, destruindo por completo o arvoredo e os arbustos que lhes davam abrigo — procuram refúgio em território urbano.
 
Na cidade não se caça e os efeitos de pesticidas é praticamente nulo. 
Assim, muitas aves e, em especial os pombos – mas também a rola-turca, melros, pardais, entre outros - encontraram, com a colaboração do homem, condições ótimas na cidade, onde encontram alimento fácil, abrigo e locais de nidificação.
Por isso, a quantidade de pombos, tem aumentado e atingido números preocupantes, quer para a limpeza de monumentos e habitações particulares, quer por problemas ligados à grande possibilidade de transmissão de doenças.
 
É óbvio que se impõe uma boa dose de bom senso, sem descurar que é necessário controlar as populações de pombos, tentando contrariar uma proliferação excessiva.
As condições higiénicas e sanitárias devem ser monitorizadas.
 
O crescimento das populações de pombos pode e deve ser controlado, utilizando técnicas de controlo da sua reprodução, através de uma alimentação específica para o efeito.
 
Não sou dos que defendem que os pombos são o principal problema ambiental das cidades. Isso seria inaceitável, tendo em consideração outros poluidores bem conhecidos, como por exemplo os veículos a motor (carros, motos, camiões, aviões, etc.), mas não me agrada ver ruas, prédios, monumentos, completamente conspurcados com os dejetos desses animais, penas a esvoaçar por todo o lado e ervas daninhas a crescerem nos telhados.
Não tenho o conhecimento técnico necessário para sugerir o que deverá ser feito mas, não me parece haver dúvidas que alguma coisa se deverá fazer.
Mesmo assim, podem ter a certeza que haverá sempre pombos nas cidades.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ainda há Homens com "H" grande

Enviado por um amigo, recebi o texto em baixo e não resisti a transcrevê-lo na íntegra.
Espero que o autor não fique aborrecido.... Não se trata de plágio, mas sim de DIVULGAÇÃO.

Há que divulgar e denunciar aqueles que nos estão a dar cabo da vida.
Assunto: Vai à merda João !!! - por Carlos Paz, Professor Universitário no ISEG
Carta Aberta a um MENTECAPTO (João César das Neves)
 
"Meu Caro João,
 
Ouvi-te brevemente nos noticiários da TSF no fim-de-semana e não acreditei no que estava a ouvir.
Confesso que pensei que fossem “excertos”, fora de contexto, de alguém a tentar destruir o (pouco) prestígio de Economista (que ainda te resta).
Mas depois tive a enorme surpresa: fui ler, no Diário de Notícias a tua entrevista (ou deverei dizer: o arrazoado de DISPARATES que resolveste vomitar para os microfones de quem teve a suprema paciência de te ouvir). E, afinal, disseste mesmo aquilo que disseste, CONVICTO e em contexto.
Tu não fazes a menor ideia do que é a vida fora da redoma protegida em que vives:
- Não sabes o que é ser pobre;
- Não sabes o que é ter fome;
- Não sabes o que é ter a certeza de não ter um futuro.
Pior que isso, João, não sabes, NEM QUERES SABER!
Limitas-te a vomitar ódio sobre TODOS aqueles que não pertencem ao teu meio. Sobes aquele teu tom de voz nasalado (aqui para nós que ninguém nos ouve: um bocado amaricado) para despejares a tua IGNORÂNCIA arvorada em ciência.
Que de Economia NADA sabes, isso já tinha sido provado ao longo dos MUITOS anos em que foste assessor do teu amigo Aníbal e o ajudaste a tomar as BRILHANTES decisões de DESTRUÍR o Aparelho Produtivo Nacional (Indústria, Agricultura e Pescas).
És tu (com ele) um dos PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS de sermos um País SEM FUTURO.
De Economia NADA sabes e, pelos vistos, da VIDA REAL, sabes ainda MENOS!
João, disseste coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “A MAIOR PARTE dos Pensionistas estão a fingir que são Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mais de 85% das Pensões pagas em Portugal são INFERIORES a 500 Euros por mês (bem sei que algumas delas são cumulativas – pessoas que recebem mais que uma “pensão” - , mas também sei que, mesmo assim, 65% dos Pensionistas recebe MENOS de 500 Euros por mês).
Pior, João, TU TAMBÉM sabes. E, mesmo assim, tens a LATA de dizer que a MAIORIA está a FINGIR que é Pobre?
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste mais coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Subir o salário mínimo é ESTRAGAR a vida aos Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Na tua opinião, “obrigar os empregadores a pagar um salário maior” (as palavras são exactamente as tuas) estraga a vida aos desempregados não qualificados. O teu raciocínio: se o empregador tiver de pagar 500 euros por mês em vez de 485, prefere contratar um Licenciado (quiçá um Mestre ou um Doutor) do que um iletrado. Isto é um ABSURDO tão grande que nem é possível comentar!
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste outras coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Ainda não se pediram sacrifícios aos Portugueses!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Ainda não se pediram sacrifícios?!?
Em que País vives tu, João?
Um milhão de desempregados;
Mais de 10 mil a partirem TODOS os meses para o Estrangeiro;
Empresas a falirem TODOS os dias;
Casas entregues aos Bancos TODOS os dias;
Famílias a racionarem a comida, os cuidados de saúde, as despesas escolares e, mesmo assim, a ACUMULAREM dívidas a TODA a espécie de Fornecedores.
Em que País vives tu, João?
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mas, João, a meio da famosa entrevista, deixaste cair a máscara: “Vamos ter de REDUZIR Salários!”
Pronto! Assim dá para perceber. Foi só para isso que lá foste despejar os DISPARATES todos que despejaste.
Tinhas de TRANSMITIR O RECADO daqueles que TE PAGAM: “há que reduzir os salários!”.
Afinal estás bom da cabeça, João.
Disseste TUDO aquilo perfeitamente pensado. Cumpriste aquilo para que te pagam os teus amigos da Opus Dei (a que pertences), dos Bancos (que assessoras), das Grandes Corporações (que te pagam Consultorias).
Foste lá para transmitir o recado: “há que reduzir salários!”.
Assim já se percebe a figura de mentecapto a que te prestaste.
E, assim, já mereces uma resposta:
- Vai à MERDA, João!
Um Abraço,
Carlos Paz"

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Os prejuízos da falta de planeamento...


No início do mês de Agosto, a Câmara Municipal de Moura informava a população que, devido a obras de saneamento, o trânsito na Rua dos Açores - frente ao Centro de Saúde - iria estar condicionado atá ao final do referido mês.
Claro que toda a gente duvidou de imediato do prazo estabelecido, tendo a atenção que a obra ia ser executada pelos meios da própria Câmara...
É pena que assim seja, mas é assim, tem sido assim, e parece que assim irá continuar.
Hoje é dia 28 de Agosto e amanhã é o último dia útil do mês.
Durante toda esta semana (de 25 a 29 de Agosto) a obra tem estado parada. Isso mesmo que acabaram de ler: p-a-r-a-d-a.
Mas isto não é tudo.
Nas anteriores três semanas em que a obra terá decorrido com "normalidade" era notório um ritmo de trabalho muito abaixo de lento em que a mesma decorria.
Mais, o dia de trabalho, no local da obra, começava por volta das 8 horas da manhã e às 12 horas, terminava, o que dá um total de 4 horas úteis de execução de trabalhos.
Ora, tendo em atenção o local da obra - frente ao Centro de Saúde e ao Serviço de Urgência, que funciona 24 horas por dia - era de esperar que a obra decorresse com mais celeridade e que até houvesse a preocupação de fazer mais horas diárias para acelerar o seu termo. Pois nem uma, nem outra coisa aconteceu. Antes pelo contrário a obra parou.
É evidente que haverá algumas razões para que isso tenha acontecido, do tipo: pessoal em férias, máquinas avariadas, outros trabalhos inesperados que possam ter surgido, etc. Mas, nada disso apaga a enorme falta de planeamento a médio e longo prazo, para situações destas.
Embora o terreno em frente ao Centro de Saúde não tivesse nada edificado quando a Rua dos Açores foi arranjada, seria expetável que, alguns anos mais tarde, viesse a necessitar de esgotos, escoamento de águas pluviais e abastecimento de água potável. Ou não?
O que aconteceu quando a rede de águas e esgotos foi remodelada - todos nos lembramos que foi há bem pouco tempo - esse tipo de equipamentos foi colocado na Rua dos Açores apenas até ao edifício da EDP. Porquê?
Boa pergunta, para a qual é difícil dar uma resposta aceitável.
Por outro lado, não teria ficado "mais em conta" para a Câmara dar esta obra de empreitada a uma qualquer empresa que certamente já a teria concluído?
Pensamos que sim, teria sido mais rápido e, talvez, menos dispendioso, para além de que libertava o pessoal da Câmara para outros trabalhos que, como é natural, podem surgir a qualquer momento, por avarias ou outras situações.

O que se passa contra Moura?


Barragem de Alqueva: vista parcial do Grande Lago
Acabo de ler uma noticia no "Correio Alentejo" que dá conta da inauguração de um hotel de 3 estrelas em Aljustrel: o Hotel Villa Aljustrel.
Aplaudo com agrado a iniciativa do grupo investidor e faço votos para que tenham tanto sucesso que os leve a investir noutros concelhos alentejanos, como por exemplo, em Moura.
Os prometidos investimentos no concelho de Moura, quer por parte da EDIA, quer por parte de alguns investidores privados, que até tiveram o apoio (e muito bem) da Câmara Municipal de Moura, parece terem morrido antes de nascerem.
O sítio dos "Pardieiros", o "Monte dos Ratinhos", as instalações da EDIA, já existentes e certamente com uma manutenção dispendiosa, a "Herdade da Defesa de S. Brás", entre outros, não passaram até agora de meras promessas, embora algumas delas tenham obtido o estatudo de projecto PIN - Projecto de Potencial Interesse Nacional.
A falta de apoio ao funcionamento da "Marina de Alqueva", apenas conhecida por ser anunciada nos sinais de informação de trânsito, sem um mínimo de condições para quem a pretenda utilizar, onde a rampa varadouro, para acesso das embarcações à água se encontra em péssimas condições, com o piso cheio de buracos e pedras soltas, sem apoios sanitários, onde apenas uma "meia dúzia" de barcos pagam para permanecer ancorados, vai sobrevivendo com base no esforço de uma pequena empresa privada, que organiza passeios turisticos de barco, divulgando as belezas do Grande Lago.
A margem esquerda da Barragem de Alqueva tem melhores condições topográficas para a criação de uma marina com todas as condições do que as que foram encontradas pelos investidores em Amieira, mas é em Amieira que ela existe e não em Moura... Por isso pergunto no título deste texto: "O que se passa contra Moura?", será que se passa algo que a maioria de nós desconheçamos? Será que existem impedimentos burocráticos, ou outros, que afastam os investidores daqui? Ou será que os investidores não acreditam na viabilidade dos investimentos na "margem esquerda do Guadiana"? Que tipo de prospeção e de divulgação tem sido feita junto dos operadores turísticos?
Pois é, ouço dizer constantemente que "o Alentejo está na moda", mas se a moda é a do aumento da desertificação, do desinvestimento, da retirada de equipamentos sociais importantes, do abandono gerneralizado... Se a moda é apenas relacionada com a gastronomia, com os bons terrenos de caça e das boas zonas de pesca... Se a moda é apenas continuar a usar os Alentejanos como os "bombos da festa" das anedotas... Então eu prefiro estar "fora de moda"!
"ON A CLEAR DAY YOU CAN SEE FOREVER" - Este foi o último "grande investimento" feito na "margem esquerda" da Barragem de Alqueva. Por amor de Deus!... Que boa prenda deram aos Alentejanos e a Moura, e logo em inglês. Talvez mesmo com a intenção de que eles não percebessem o que "aquilo" quer dizer e ficassem boquiabertos a olhar para o tamanho enorme das letras em chapa de ferro...
Pois até agora não sabemos o que que é que "poderemos ver num dia claro e para sempre"... o que continuamos a ver, isso sim, é que os visitantes da Barragem, tem que almoçar ou em Alqueva, ou em Amieira ou em Moura, que está a 12 kilómetros de distância, porque no local, só se levarem o farnel, as mesas, as cadeiras, a geleira e o café....

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Não resisti a publicar aqui no "Terra Quente" um texto de Natália Correia, que me foi enviado por um amigo.

Segue em baixo. Vale a pena ler e refletir...

Natália Correia - intelectual, poeta, activista social açoriana, deputada à Assembleia da República pelo circulo do PPD (Partido Popular Democrático),faleceu em 16 de Março de 1993
As premonições de Natália
"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"
"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"
"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."
Natália Correia
Nota: Todas as citações foram retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Aeroportus interruptus

Sobre um artigo publicado na Visão online.
 
Clique no link para ler o artigo original: Artigo do site: Visão.pt

Já li o artigo e NÃO POSSO ESTAR MAIS EM DESACORDO.

Este tipo de "iluminados" ou estas "luminárias", tem a mania que quem vive fora das grandes cidades não tem direito a determinadas infraestruturas.

Mas o iluminado que fez o artigo não apresentou UMA ÚNICA sugestão...

Então por onde se começa a fomentar e a incrementar o desenvolvimento do interior?

Será que ele nunca ouviu as queixas de alguns empresários, potenciais investidores no interior, reclamar que para instalar empresas é necessário que existam boas vias de comunicação, boas estradas (e porque não autoestradas) para transportar matérias primas e mercadorias?

Começa-se por FECHAR serviços públicos e privados?

Retirar comboios de circulação?

Retirar carreiras de transporte público?

Voltar ao andar de burro, pelas estradas de terra batida?

Veja-se a dificuldade de fixar PROFISSIONAIS QUALIFICADOS ou altamente qualificados no interior.

Será porquê?

Porque há boas escolas para os seus filhos?

Porque há bom e fácil acesso a cuidados de saúde?

Porque há uma boa rede de transportes?

Porque a cultura e as actividades culturais acontecem a cada instante?

Se os dinheiros públicos não tivessem sido gastos nessas infraestruturas, existiria ainda?
Onde?
Nas mãos de quem?
 
Como dizia um amigo meu, quando trocávamos impressões sobre o assunto:
 

"Independentemente do "posicionamento político" é óbvio que estes "opinion makers" não apreendem (..................) mais que uma ínfima parte da vastíssima problemática da interioridade; não é com esta abordagem da temática que aqueles que não vivem no Alentejo se mostrarão mais disponíveis para compreenderem tudo o que está em causa".

 

Ao menos as obras estão feitas.

VALHA-NOS DEUS. Tanta asneira...


terça-feira, 3 de junho de 2014

Morte à CONSTITUIÇÃO da República Portuguesa

Este país estará louco?
Então agora vem uma série de comentadores e os responsáveis do governo - incluindo o Primeiro Ministro - , nos jornais, nas rádios e nas televisões, acusar o Tribunal Constitucional de aplicar a Constituição da República Portuguesa e com isso travar a incompetência do governo?
Então o governo não quer respeitar a Constituição que ele próprio, através dos votos dos seus partidos (PSD e CDS) aprovaram, incluída a última revisão?
Então quando aprovaram a Constituição da Republica Portuguesa, bem como as suas revisões, estariam a pensar nunca virem a ser governo e portanto "os outros" é que teriam que a cumprir?
Então, mantendo a sua habitual falta de respeito pelo texto constitucional, porque não decretam a morte à Constituição da República? E já agora, porque não extinguem o Tribunal Constitucional? Ou porque não o privatizam e entregam a amigos seus que, certamente aprovariam tudo o que lhe fosse enviado?
Meus senhores, meus caros amigos, é preciso muito cuidado com este "tipo de gente" (para usar a linguagem dum tal senhor Medina Carreira, que todas as 2ªs feiras, num canal de televisão,  nos vem dar lições de como bem gerir o país...).
Foram já tantos os retrocessos em relação às conquistas de Abril que, não tarda nada, seremos confrontados com um Decreto-Lei com um número especial, onde poderemos ler que a Constituição da República foi suspensa, a bem do Povo Português.
Eu espero que isso não aconteça, mas se acontecer, já não me vou admirar.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Sobre a crise interna do PS

No meu "post" de Segunda feira, 26 de Maio de 2014, com o título "Festejar a Vitória?", já antevia que iriam surgir muitas dificuldades na gestão dos destinos do Partido Socialista mas, nunca pensei que atingissem estes níveis. É por estas e por outras que os políticos são cada vez menos acreditados pela população em geral.
Ao final do dia 25 de Maio de 2014, dia das eleições para o Parlamento Europeu, eram bastantes aqueles que queriam sair à rua para festejar a vitória do PS nas referidas eleições. O PS, nesse dia tal como hoje, era "comandado" por um Senhor chamado António José Seguro.
Para espanto meu, alguns dos que nesse dia queriam festejar a vitória - coisa que eu achei exagerada - estão agora a apoiar e a solicitar o apoio à candidatura do António Costa.
Vá-se lá saber porquê?
Para mim, em política, não vale tudo.
Há que pugnar pela seriedade, pela defesa de ideias, pelo reconhecimento do trabalho feito e pelos resultados obtidos. Utilizando uma linguagem futebolística, direi mesmo que: "em equipa vencedora, não se mexe" e, o PS de António José Seguro, ganhou o que havia para ganhar: umas eleições Autárquicas com uma maioria esmagadora a nível nacional e umas eleições europeias com muitíssimos mais votos que os dois partidos do governo. Não esqueçamos que se tivessem concorrido separados, a vitória do PS teria tido outro significado.
Não creio que esta tivesse sido nem a melhor altura, nem a melhor forma, para propôr uma mudança deste tipo no maior partido da oposição, quiçá o maior partido nacional.
Agora resta-nos esperar a decisão dos militantes.
É nas mãos deles que vai cair a "batata quente" duma eventual mudança, ou não.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

CICLO DE HISTÓRIA LOCAL E REGIONAL EM REGUENGOS DE MONSARAZ

O Centro Local de Aprendizagem (CLA) da Universidade Aberta (UAb) em Reguengos de Monsaraz promove o Ciclo de História Local e Regional, em parceria com a Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz e apoiado por diversas entidades.
O Ciclo, que decorre de junho a dezembro de 2014, possibilita palestras, jogos, caminhadas e ambiciona despertar a atenção da comunidade para questões históricas, estimulando na população uma relação de identidade mais estreita e profunda com o território.
"O povoamento da região de Reguengos nos IV e III milénios a.C." é a primeira sessão do Ciclo e realiza-se no dia 14 de junho de 2014, às 16 h, na Biblioteca Municipal de Reguengos de Monsaraz. Tem a forma de palestra e é dinamizada pelo professor doutor João Luís Cardoso, Presidente do Conselho Científico da UAb e Catedrático em Arqueologia.
Esta sessão destina-se a pessoas que tenham gosto e curiosidade por História e especificamente por questões da História Local e Regional; agentes do desenvolvimento local; comunidade em geral; estudantes; professores e todos os interessados na temática.
Esta iniciativa, de entrada gratuita, tem inscrição obrigatória em https://docs.google.com/forms/d/1vWefUpXC1Me1P_TluVLVlW-prCFeNBmuGHFg2DEewsM/viewform, devido à gestão de sala. A participação na ação permite a obtenção de certificado.

Para mais informação, por favor contacte:
CLA da UAb em Reguengos de Monsaraz
Rua da Caridade nº 17, 1º andar – 7200 Reguengos de Monsaraz

cla_regm@uab.pt | 266 503 313 | 915 676 324

 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

FESTEJAR A VITÓRIA?


Ao que parece ainda há muitos Socialistas ou simpatizantes do Partido Socialista que acham que a vitória obtida nas Eleições Europeias do dia 25 de Maio de 2014 (ontem), é uma situação para ser festejada. Sinceramente, não me parece que haja motivos para festejar. Registar a vitória, sim!
Ficar em primeiro é sempre melhor do que ficar em segundo ou em último. Obviamente.
Uma vitória por uns décimos de segundo, numa corrida de velocidade de 100 metros, é uma grande vitória mas, se for numa maratona de 42 quilómetros, esses mesmos décimos de segundo, não tem o mesmo “sabor”.
Serão sempre motivo para analisar o que poderia ter corrido melhor.
Não foi apenas pela crise instalada, nem pela enorme emigração registada (cidadãos recenseados mas ausentes e sem condições para votar), que a abstenção atingiu o mais elevado valor de sempre - 66,1%.
Na verdade, parece-me que o péssimo desempenho dos políticos, tanto em Portugal como na Europa nos últimos anos, fizeram com que as pessoas se sentissem postas à margem e que se apercebessem – mais uma vez - que só se lembram delas para lhes pedir o voto, o que levou à esmagadora vitória da Abstenção.
Por outro lado, o péssimo desempenho das forças políticas que se apresentaram a sufrágio ao longo da campanha, foi uma vergonha, onde não se debateram ideias para a Europa mas, outro sim, se enveredou pelo caminho da maledicência, da tentativa de denegrir a imagem uns dos outros e da falta de ideias novas e motivadoras para os eleitores. Uma vez mais, foi “mais do mesmo”.
É claro que, quanto maior for a força política, isto é, quanto mais militantes e simpatizantes tiver uma determinada força política, mais nela se reflete a dimensão da abstenção.
Parece-me ser o caso do Partido Socialista que, para além do reflexo da abstenção, terá perdido alguns votos do seu sector mais à esquerda, beneficiando, eventualmente, a CDU e até mesmo o MPT de Marinho e Pinto.
Felizmente que estas eleições não se destinavam a eleger o nosso Parlamento nem o Governo de Portugal, o que, com os resultados obtidos, iria provocar uma “mixórdia” de partidos em coligação onde seria praticamente impossível que existisse algum entendimento.
A mim, enquanto militante socialista, esta vitória nas eleições europeias, deixa-me um certo “amargo de boca” e acho que os dirigentes socialistas nacionais deverão analisar ao pormenor estes resultados e tentar mudar o que for necessário nas suas atitudes, nos seus discursos, nas suas formas de tentar fazer com que os portugueses e as portuguesas acreditem que o PS é mesmo a melhor alternativa.
Mas que vai ser uma tarefa muito mais difícil daqui para a frente, lá isso vai.