segunda-feira, 26 de maio de 2014

FESTEJAR A VITÓRIA?


Ao que parece ainda há muitos Socialistas ou simpatizantes do Partido Socialista que acham que a vitória obtida nas Eleições Europeias do dia 25 de Maio de 2014 (ontem), é uma situação para ser festejada. Sinceramente, não me parece que haja motivos para festejar. Registar a vitória, sim!
Ficar em primeiro é sempre melhor do que ficar em segundo ou em último. Obviamente.
Uma vitória por uns décimos de segundo, numa corrida de velocidade de 100 metros, é uma grande vitória mas, se for numa maratona de 42 quilómetros, esses mesmos décimos de segundo, não tem o mesmo “sabor”.
Serão sempre motivo para analisar o que poderia ter corrido melhor.
Não foi apenas pela crise instalada, nem pela enorme emigração registada (cidadãos recenseados mas ausentes e sem condições para votar), que a abstenção atingiu o mais elevado valor de sempre - 66,1%.
Na verdade, parece-me que o péssimo desempenho dos políticos, tanto em Portugal como na Europa nos últimos anos, fizeram com que as pessoas se sentissem postas à margem e que se apercebessem – mais uma vez - que só se lembram delas para lhes pedir o voto, o que levou à esmagadora vitória da Abstenção.
Por outro lado, o péssimo desempenho das forças políticas que se apresentaram a sufrágio ao longo da campanha, foi uma vergonha, onde não se debateram ideias para a Europa mas, outro sim, se enveredou pelo caminho da maledicência, da tentativa de denegrir a imagem uns dos outros e da falta de ideias novas e motivadoras para os eleitores. Uma vez mais, foi “mais do mesmo”.
É claro que, quanto maior for a força política, isto é, quanto mais militantes e simpatizantes tiver uma determinada força política, mais nela se reflete a dimensão da abstenção.
Parece-me ser o caso do Partido Socialista que, para além do reflexo da abstenção, terá perdido alguns votos do seu sector mais à esquerda, beneficiando, eventualmente, a CDU e até mesmo o MPT de Marinho e Pinto.
Felizmente que estas eleições não se destinavam a eleger o nosso Parlamento nem o Governo de Portugal, o que, com os resultados obtidos, iria provocar uma “mixórdia” de partidos em coligação onde seria praticamente impossível que existisse algum entendimento.
A mim, enquanto militante socialista, esta vitória nas eleições europeias, deixa-me um certo “amargo de boca” e acho que os dirigentes socialistas nacionais deverão analisar ao pormenor estes resultados e tentar mudar o que for necessário nas suas atitudes, nos seus discursos, nas suas formas de tentar fazer com que os portugueses e as portuguesas acreditem que o PS é mesmo a melhor alternativa.
Mas que vai ser uma tarefa muito mais difícil daqui para a frente, lá isso vai.

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