Como podem os Governantes - todos, com raríssimas excepções - querer que as pessoas acreditem neles, lhes deem o seu voto, se eles actuam, quase sem excepções, de má-fé, nas medidas e decisões que tomam?
Os exemplos são "mais que muitos", mas há alguns que se tornaram vergonhosos (para quem tem vergonha, é claro).
É o caso do aumento dos rendimentos de deputados e membros do governo que, ao mesmo tempo que impunham uma crise sem precedentes a quase toda a população, aumentavam os seus rendimentos e benesses, já de si inaceitáveis para a situação do país. E depois, quando falam dos últimos três anos de sacrifícios, tem o descaramento de se autoíncluir nos "sacrificados", utilizando o plural, como por exemplo quando dizem:
"... não podemos desperdiçar os três anos de sacrificios que todos (?) passámos..."
como ouvimos dizer a um dos candidatos, cabeça de uma lista para o Parlamento Europeu e militante de um dos partidos no actual poder.
Como querem que as pessoas acreditem nos políticos, se eles apenas reconhecem que o Estado para ter bons gestores, terá que lhes pagar bem, de preferência melhor do que no sector privado, para que eles prestem um bom serviço ao país?
E no que toca a todos os Funcionários Públicos (sou contra a designação "Contrato de Trabalho em Funções Públicas") já não interessa pagar-lhes bem para que eles tenham um bom desempenho? Então basta ter bons(?) gestores, mesmo com maus trabalhadores, e tudo corre sobre rodas? Mesmo que esses trabalhadores não ganhem o suficiente para as suas despesas básicas, incluíndo a alimentação, a tal ponto que quase não tenham forças para desempenhar as suas tarefas?
O Estado é a maior empresa e o maior empregador, na maioria dos países do Mundo. Os seus trabalhadores são, quer queiram quer não, chamem-lhes os nomes que quiserem, Funcionários Públicos, e não outra coisa qualquer, tal como os outros são funcionários da empresa "x" ou "y". E o Estado deveria fazer de tudo para ter trabalhadores satisfeitos, motivados e orgulhosos em "servir o País" através do melhor desempenho das suas funções públicas.
Se assim fosse e se as promessas feitas fossem cumpridas, poderia ser que os portugueses participassem mais na vida pública do país e acreditassem mais na política. De outro modo, não se admirem que a grande vencedora de todas as eleições - estas ou outras que venham a seguir - seja a ABSTENÇÃO.
Sem comentários:
Enviar um comentário